A apneia do sono é um distúrbio comum, porém muitas vezes negligenciado. Caracterizado por pausas na respiração durante o sono, esse problema pode causar uma série de complicações à saúde, se não for tratado adequadamente.
O que é a apneia do sono?
A apneia do sono é uma doença caracterizada pela interrupção temporária da respiração durante o sono. Essas pausas podem durar desde alguns segundos até minutos e ocorrem várias vezes ao longo da noite. Existem dois tipos principais:
- Apneia obstrutiva do sono (AOS): é a forma mais comum de apneia, ocorre quando os músculos da garganta relaxam e bloqueiam parcial ou totalmente as vias aéreas, impedindo a passagem de ar.
- Apneia central do sono (ACS): é menos frequente e acontece quando o cérebro não envia sinais adequados aos músculos responsáveis pela respiração, fazendo com que o corpo tenha dificuldade em manter um ritmo regular de inspiração e expiração.
Sintomas da apneia do sono
Alguns dos sintomas mais comuns da apneia do sono incluem:
- Ronco alto e persistente;
- Pausas na respiração, seguidas por engasgos ou soluços;
- Sono agitado;
- Acordar com a boca seca ou dor de garganta;
- Dores de cabeça matinais;
- Insônia ou despertares frequentes durante a noite;
- Falta de energia e sonolência excessiva durante o dia;
- Dificuldade de concentração, irritabilidade e mudanças de humor.
Fatores de risco para apneia do sono
A apneia do sono pode afetar pessoas de todas as idades, inclusive crianças. No entanto, existem alguns fatores que podem aumentar o risco de desenvolver este distúrbio. Entre eles, destacam-se:
- Excesso de peso ou obesidade: o acúmulo de gordura ao redor das vias aéreas pode dificultar a passagem de ar e favorecer o surgimento da apneia;
- Tabagismo: fumar causa inflamação e retenção de líquidos nas vias aéreas superiores, o que pode levar à apneia do sono;
- Idade avançada: a partir dos 60 anos, há uma maior tendência para o relaxamento dos músculos da garganta e redução do tônus muscular das vias aéreas;
- Predisposição genética: ter parentes próximos com apneia do sono aumenta o risco de também desenvolver o distúrbio;
- Uso de álcool, sedativos e tranquilizantes: essas substâncias relaxam os músculos da garganta e podem agravar a apneia do sono.
Diagnóstico da apneia do sono
O diagnóstico da apneia do sono é realizado por meio da avaliação clínica e exames específicos, como a polissonografia. Essa última consiste no monitoramento do paciente durante uma noite de sono, através de sensores que registram informações como frequência cardíaca, padrões respiratórios, movimentos dos olhos e níveis de oxigênio no sangue.
Tratamento da apneia do sono
O tratamento da apneia do sono depende da gravidade do caso e do tipo de apneia. Algumas medidas simples podem ser adotadas para melhorar a qualidade do sono e aliviar sintomas leves:
- Mudanças nos hábitos de vida: perder peso, parar de fumar, evitar o consumo de álcool e sedativos;
- Posição para dormir: dormir de lado pode ajudar a reduzir o ronco e facilitar a respiração;
- Fisioterapia e exercícios específicos: fortalecer os músculos da orofaringe pode diminuir o risco de obstrução das vias aéreas;
- Uso de dispositivos intraorais: em alguns casos, aparelhos dentários podem ajudar a manter as vias aéreas abertas durante o sono.
Para casos mais graves, o tratamento pode incluir:
- Uso de CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas): um equipamento que fornece fluxo constante de ar através de uma máscara nasal ou facial, mantendo as vias aéreas abertas durante o sono;
- BIPAP (pressão positiva nas vias aéreas em dois níveis): semelhante ao CPAP, porém com níveis diferentes de pressão para inspiração e expiração;
- Cirurgias: em casos específicos, como amígdalas aumentadas ou malformações anatômicas, cirurgias podem ser indicadas para corrigir o problema.
Complicações da apneia do sono não tratada
A apneia do sono não tratada pode levar a diversas complicações, afetando tanto a qualidade de vida quanto a saúde geral. Algumas das consequências possíveis são:
- Problemas cardiovasculares: hipertensão arterial, arritmias, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC);
- Diabetes tipo 2: a privação crônica de sono pode afetar a regulação da glicose no sangue, favorecendo o desenvolvimento de diabetes;
- Depressão e ansiedade: alterações do humor podem ocorrer devido à má qualidade do sono e ao estresse crônico;
- Acidentes de trabalho e no trânsito: a sonolência diurna excessiva aumenta o risco de acidentes.
Ao identificar sinais e sintomas da apneia do sono, procure orientação médica para um diagnóstico preciso e tratamento adequado.